sexta-feira, 27 de agosto de 2010

"Enfermagem é o curso mais concorrido da última década."


"As universidades de Lisboa e do Porto receberam 162 mil novos alunos no período entre 2000 e 2009.
A licenciatura em Enfermagem é a que recebeu, em média, mais candidatos nos últimos dez anos, uma média de 3.468 novos estudantes por ano. Neste ‘ranking', Medicina ocupa o segundo lugar, Direito o terceiro e Engenharia Civil é o quarto curso mais concorrido. Esta é uma das conclusões das contas feitas pelo Diário Económico, com base no estudo "Dez anos de concurso nacional: 2000 - 2009", disponibilizado pela Direcção Geral do Ensino Superior.

A licenciatura de quatro anos em Enfermagem foi criada em 1999 e, entre 2000 e 2004, o número de vagas aumentou de forma significativa, passando de 1.272 vagas para 1.761 (mais 489). No ano passado, os cursos de Enfermagem das Escolas de Enfermagem de Coimbra e de Lisboa foram a terceira e quarta licenciatura a oferecer mais vagas, respectivamente. Enfermagem foi também o curso com mais alunos colocados em 2009, 1.778 em todo o país. Teresa Oliveira Marçal, vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros, justifica esta procura com a "atractividade e a consolidação da profissão nos últimos anos", ao mesmo tempo que se verificava uma "grande falta de enfermeiros no país". Se, quando a licenciatura foi criada, havia 3,4 enfermeiros para cada mil habitantes, hoje existem 5,6. Ainda assim, um valor muito aquém da média de 9,3 dos países da OCDE."

Fonte: Económico

Vamos bater a média da OCDE nos licenciados desempregados, por isso nem tudo é "mau"...

Enfermeiros: aprovado decreto-lei que adapta carreira às "actuais exigências académicas"

"O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros o decreto-lei que adapta a carreira especial de enfermagem às “actuais exigências académicas” para ingressar na profissão, que mereceu a reprovação do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
“Trata-se fundamentalmente em grande medida de adaptar a carreira de enfermagem à circunstância de estes profissionais terem passado a ter um regime de acesso à profissão que exige mais especialização e mais conhecimentos, nomeadamente a licenciatura”, afirmou o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministro, João Tiago Silveira, no final do Conselho de Ministros.

O decreto-lei estabelece o número de posições remuneratórias das categorias da carreira especial de enfermagem, identifica os respectivos níveis da tabela remuneratória única e procede à primeira alteração aos decretos-leis números 247/2009 e 248 /2009, de 22 de Setembro.

A aprovação do diploma mereceu a desaprovação do SEP: “Foi o resultado de um processo negocial, cujo número de posições remuneratórias e o início da carreira foi imposto pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério das Finanças e sobre o qual nós não concordámos”, disse à Lusa a dirigente Guadalupe Simões.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, o diploma “adapta a carreira especial de enfermagem às actuais exigências académicas necessárias no acesso à mesma, que passaram a depender da obtenção do grau de licenciado”.

Determina o número de posições remuneratórias das categorias da carreira especial de enfermagem e identificam os respectivos níveis da tabela remuneratória única, definindo ainda as regras de transição para a nova carreira e as categorias que se mantêm como subsistentes.

O diploma estabelece, também, o rácio a observar para efeitos de previsão, nos respectivos mapas de pessoal, de postos de trabalho a ocupar por enfermeiros principais, de entre os quais são, posteriormente, recrutados os profissionais a quem serão cometidas as funções de direção e chefia.

Por último, define o regime da carreira especial de enfermagem, bem como os respectivos requisitos de habilitação profissional, prevendo também as categorias de enfermeiro-chefe e de enfermeiro-supervisor.

Sobre os rácios, Guadalupe Simões afirmou que, embora tenha havido uma aproximação por parte do Ministério da Saúde à exigência dos sindicatos, a verdade é que não se atingiu os valores que se pretendiam na altura”.

“Essa foi a razão pela qual não estabelecemos acordo”, disse a sindicalistas, sublinhando que, “mais cedo ou mais tarde”, este diploma terá de ser “alterado”."

Fonte: PÚBLICO



Foi requerida ao Presidente da República uma audiência urgente no sentido de não promulgar o respectivo Decreto-Lei. Por iniciativa do Sindicato dos Enfermeiros, como forma de conferir força ao pedido, iniciou-se uma petição onde todos devem participar no sentido de exprimir o nosso desagrado. Por favor, assinar aqui. Link
J.V.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Enfermeiros recusam guiar.




"Enfermeiros recusam guiar.

A condução de viaturas pelos enfermeiros quando prestam cuidados domiciliários está a gerar protestos, porque a maioria recusa essa função. A alternativa é o recurso aos transportes públicos (autocarro ou táxi). As administrações reconhecem que a não-contratação de mais motoristas reduz a despesa pública.


Enfermeiros ouvidos pelo CM, que preferem não ser identificados, justificam a recusa da condução com o não querer assumir a responsabilidade e as consequências de eventuais acidentes. Dizem, ainda, que a condução "não faz parte da obrigação profissional".



Um parecer jurídico da Administração Regional de Saúde do Norte reconhece que a condução das viaturas pelos funcionários, quando há falta de motoristas, permite uma "maior racionalização dos meios, que se traduz numa redução dos encargos para o erário público". Em caso de acidente, o enfermeiro "responde civilmente perante terceiros, nos mesmos termos que os motoristas"...."

Fonte: Correio da Manhã.

Gostava  de vêr alguns senhores a conduzir os carros e precindirem de motorista, poupava-se muito, seria interessante.


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Enfermeiros da sala de partos de Viseu queixam-se à Ordem.




"Os enfermeiros da sala de partos do Hospital de S. Teotónio, de Viseu, denunciaram à Ordem a diminuição do número destes profissionais por turno, por considerarem que coloca em causa a qualidade e a segurança do serviço, noticia a Lusa.
No documento subscrito por 26 enfermeiros - a que a agência Lusa teve acesso - estes profissionais contam que, desde domingo, houve «diminuição do número de enfermeiros por turno», estando três no da manhã, três no da tarde e dois no da noite, o que «está em total desacordo com o parecer da Ordem dos Enfermeiros sobre as condições para o funcionamento das maternidades que prevê os recursos mínimos nas salas de parto».
«No período de ausência da enfermeira chefe fomos confrontados pelo enfermeiro director com a redução de pessoal, que resulta na diminuição da qualidade que nós queremos defender para as nossas parturientes», contou um dos enfermeiros, que pediu para não ser identificado.
Segundo o enfermeiro, «a equipa está a trabalhar no mínimo dos mínimos, o que não vai de encontro ao que a Ordem dos Enfermeiros tem defendido», por isso fizeram-lhes chegar quarta-feira a denúncia, pedindo a sua intervenção «o mais rapidamente possível».
Explicou que num parecer a Ordem defende que deve haver cinco enfermeiros por cada turno e, até domingo, em Viseu havia quatro no da manhã, três no da tarde e dois no da noite.
«Agora no turno na manhã estamos com três, o que é muito baixo», lamentou, acrescentando que em 2009 se registaram 2300 partos no Hospital de S. Teotónio.
Lembrou que «a sala de partos é uma estrutura bastante grande», com oito quartos, estando os enfermeiros distribuídos em função do serviço individualizado a cada parturiente, sendo que, «estando reduzidos, vai ser reduzida essa prestação também».
Contou que, na ausência da enfermeira chefe, tentaram demover o enfermeiro director da sua intenção, dizendo-lhe que «não seria adequado o momento e o que estava a fazer».
Quando esta semana regressou ao trabalho, a enfermeira chefe foi esclarecer-se com o enfermeiro director «também no sentido de voltar atrás com a decisão que tomou», mas que este manteve, o que a levou a colocar o seu lugar à disposição.
A enfermeira chefe escusou-se a prestar declarações, dizendo apenas estar de acordo com a posição dos enfermeiros.

Reajustamento
O Relações Públicas do hospital, Luís Viegas, esclareceu que se trata «de uma reafectação de efectivos levada a cabo dentro do departamento de Ginecologia e de Obstetrícia».

«Não se verifica nenhuma redução de efectivos, mas sim um reajustamento às funções que desempenham dentro das unidades, tendo sempre em atenção a qualidade e a segurança dos serviços que prestamos à população», frisou, acrescentando que «há a garantia de que esses serviços são prestados nas devidas condições».
«Os profissionais terão eventualmente as suas razões, mas o conselho de administração ponderou, analisou e dialogou com as próprias chefias de enfermagem», acrescentou. "

Fonte: TVI 24.

"Humm..., dialogou!!?..."
A qualidade não interessa,  poupar nos recursos humanos é que importa, sejamos honestos e falem a verdade..., vá lá, não custa nada.
Vamos aguardar pela posição da Ordem.
J.V.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Centros de saúde sem funcionários para atender doentes.



"Saídas já afectaram 400 administrativos este ano, mas a sua substituição, quando existe, demora meses.

Num centro de saúde da região de Lisboa, um médico queixa-se de ter de arrumar medicamentos e materiais por não haver auxiliares. Já no centro pneumológico da Venda Nova, a falta de administrativos impediu que os médicos dos centros de saúde encaminhassem doentes para lá, mesmo com suspeitas de tuberculose. São apenas dois exemplos entre muitos que existem no País devido à aposentação de enfermeiros, mas sobretudo administrativos e auxiliares nos cuidados primários. Saem e não são substituídos. As restrições às contratações sentem-se noutras áreas que não a médica. Este ano já saíram 400 administrativos e a sua substituição tem de ser autorizada (ver caixas).

Ana Amaral, do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Ilhas, diz que este problema "é comum a todas as regiões de saúde, sobretudo Lisboa". Apesar de poderem contratar, as "autorizações das Regiões de Saúde podem demorar meses".

O caso mais extremo é o do Centro de Diagnóstico Pneumológico da Venda Nova, que ficou dias sem administrativos para atender chamadas e receber doentes (ver texto ao lado). Helena Cargaleiro, do Agrupamento de Centros de Saúde da Amadora, refere que "se aguardam concursos para resolver o problema". Sobre a falta de recursos noutros centros, refere que "põe sobretudo em causa a personalização dos cuidados, que defendemos, e o atendimento ao utente". No Centro do Norte não há ruptura, mas "recorreu-se a horas extras e à contratualização específica nesta área", diz a coordenadora Ana Maria Correia.

No centro de saúde da Venda Nova e na unidade de saúde familiar (USF) associada, um profissional que não quis ser identificado disse que há apenas "dois auxiliares para as duas unidades". Entre serviços como estafeta, limpezas, reposição de remédios ou arquivo de processos de doentes, a verdade "é que há consultas que não têm apoio de auxiliares, apesar de a Ordem dos Médicos o determinar. É o caso da consulta materna em que são feitos exames ginecológicos só por uma pessoa".

Mas há mais problemas. "Com tantos atrasos na resposta, andam os médicos e os enfermeiros a arrumar materiais em vez de tratarem das suas funções. Acaba por chatear menos do que andar à procura de um auxiliar", lamenta.

Um clínico de Alcântara lamenta terem "saído as pessoas mais velhas e experientes. Há muitas queixas: não chegam para tudo. Há atrasos nos reembolsos de apoios técnicos e transportes a doentes, no atendimento ou na conferência de facturas". Até mesmo a Associação de USF e os sindicatos assumem que há exemplos de quase ruptura, perante casos de doença e numa altura de férias.

Manuel Lopes, presidente da Associação dos Administrativos (Aspaas), fala em "406 saídas só este ano, mas esperam-se mais 800 até ao final do ano. Nessa altura é que podem surgir verdadeiros problemas de ruptura nas unidades".

Os enfermeiros "não são contratados ou são substituídos por empresas", diz o dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins. "No Algarve eram precisos 80 e apenas 30, de empresas, foram integrados." O problema "atinge hospitais e centros em Vila Franca, Guarda, Torres Vedras ou Beja". Um enfermeiro do Hospital Júlio de Matos conta que não há administrativos aos fins-de-semana e noites. "Somos nós que registamos os doentes."

O DN contactou o ministério, que não respondeu em tempo útil."

Fonte DN