sábado, 20 de outubro de 2012

Lágrimas na partida de enfermeiros emigrantes.


"Lágrimas na partida de enfermeiros emigrantes."


Mais de 20 enfermeiros partiram por terem falta de emprego em Portugal


"Os mais de 20 enfermeiros que partiram esta manhã para o Reino Unido deixaram Portugal com muitas lágrimas. Os jovens saem do país por falta de emprego e desiludidos com o país. 

Pedro Marques, um dos enfermeiro português de 22 anos, antes de partir deixou uma carta ao Presidente da República e pediu-lhe para não criar «um imposto» sobre as lágrimas e sobre a saudade, noticia a Lusa.

«Quero despedir-me de si», lê-se na missiva do enfermeiro portuense, enviada hoje a Cavaco Silva e que tem como título «Carta de despedida à Presidência da República».

O enfermeiro Pedro Marques, que diz sentir-se «expulso» do seu próprio país, implora a Cavaco Silva para que não crie um «imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade» e apela ao Presidente da República para que permita poder regressar um dia a Portugal. 

«Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia», lê-se.

Em entrevista à Lusa, Pedro Marques conta que vai ser enfermeiro num hospital público de Northampton, a 100 quilómetros de Londres, que vai ganhar cerca de 2000 euros por mês com condições de progressão na carreira, mas diz também que parte triste por «abandonar Portugal» e a «família».

Na mala, Pedro vai levar a bandeira de Portugal, ao pescoço leva um cachecol de Portugal e como companhia leva mais 24 amigos que emigram no mesmo dia

Mónica Ascensão, enfermeira de 21 anos, é uma das companheiras de Pedro na diáspora.

«Adoro o meu país, mas tenho de emigrar, porque não tenho outra hipótese, porque quero a minha independência, quero voar sozinha», conta Mónica, emocionada, pedindo ao Presidente da República e aos governantes de Portugal para que «se preocupem um pouco mais com a geração que está agora a começar a trabalhar».

«Adoraria retribuir ao meu país tudo aquilo que o país deu de bom», diz, acrescentando que está «zangada» com os governantes, porque o «país não a quer mais».

Pedro Marques não pretende que o Presidente da República lhe responda. 

«Sei que ser político obriga a ser politicamente correto, que me desejará boa sorte, felicidades. Prefiro ouvir isso de quem o diz com uma lágrima no coração, com o desejo ardente de que de facto essa sorte exista no meu caminho», lê-se na carta de despedida do filho de uma família de emigrantes que se quis despedir de Cavaco Silva."


Fonte:TVI24


É triste mas é a dura realidade, às centenas largas de enfermeiros que estão em Portugal e não têm emprego é ainda mais triste. A todos o blogue deseja a melhor sorte do mundo. Lutem, não desistam pois desistir de lutar é perder...

José Viegas