domingo, 20 de maio de 2012

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) contestou hoje o encerramento noturno das urgências do Hospital dos Covões, em Coimbra.



"O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) contestou hoje o encerramento noturno das urgências do Hospital dos Covões, em Coimbra, questionando a "coincidência" da medida com a abertura de um novo hospital privado, com serviço de atendimento permanente."

""Já o desenho se estava a formar, até parece coincidência a abertura de uma mega unidade, anunciada como a maior da região Centro, que inclui até maternidade e urgência, a dois quilómetros dos HUC [Hospitais da Universidade de Coimbra], para onde serão encaminhados os utentes dos Covões, à noite", afirmou à Lusa Paulo Anacleto, coordenador regional do SEP.


Quarta-feira é inaugurada em Coimbra a IdealMed, uma unidade hospitalar privada com 35 mil metros quadrados de área, 43 especialidades clínicas, maternidade, unidade de atendimento permanente, unidade de Medicina Familiar, cinco blocos operatórios, 124 gabinetes médicos, 26 salas de espera, 52 camas de internamento, laboratório de análises clínicas, radiologia e medicina nuclear, entre outras valências, num investimetno de 35 milhões de euros.


O serviço de urgência do Hospital Geral, vulgarmente conhecido por Hospital dos Covões, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) encerra a partir do dia 28, entre as 20:00 e as 09:00, sendo os utentes ser encaminhados para os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), integrados no mesmo centro hospitalar.


A decisão foi anunciada segunda-feira, por José Martins Nunes, presidente do conselho de administração do CHUC, que, aos jornalistas, considerou "não se justificar, no espaço de cinco quilómetros, haver duas urgências [Covões e HUC], em período noturno".


Paulo Anacleto considera o encerramento noturno das urgências dos Covões uma "medida economicista", e questiona "por que razão o Ministério da Saúde, enquanto entidade responsável, permitiu a abertura de uma urgência [serviço de atendimento permanente], na nova unidade hospitalar privada"."


Fonte: DN.

Enfermeiros de família vão seguir grávidas e doentes crónicos.


"Seguir gravidezes de baixo risco, o crescimento das crianças e apoiar a gestão da terapêutica de doentes crónicos serão algumas das tarefas a assumir de futuro pelos enfermeiros. O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, disse ao jornal i que a expectativa é que a legislação que dará a cada português um enfermeiro de família esteja concluída até ao final do ano. Este direito, salvo experiências pontuais, está no papel há 12 anos, quando Portugal ratificou a declaração da Organização Mundial de Saúde que reforça o papel do enfermeiro na saúde familiar. Germano Couto diz que há duas semanas houve a garantia do governo de que é para avançar e existe “abertura total” ao que poderá ser o papel do enfermeiro de família. Pelos rácios da OMS, cada enfermeiro deve ter a seu cargo 300 a 400 famílias. A metodologia nacional vai ser definida num grupo de trabalho, que criará legislação semelhante à dos médicos de família nos anos 80. O bastonário adianta que a lei definirá quantos utentes estarão a cargo de cada enfermeiro, quais as competências ou situações de autonomia de prescrição. Depois de Paulo Macedo ter referido o projecto no fim-de-semana, a ordem elegeu os seus representantes e aguarda a nomeação do resto da equipa do lado da tutela. O bastonário sublinha que não se trata de atribuir tarefas de médicos a enfermeiros, mas lembra que o enfermeiro, pela sua formação, não é um mero auxiliar: “É um profissional autónomo, com balizas distintas nas vertentes de prevenção da doença e promoção da saúde”, disse ao i. Para Germano Couto, trata-se de contrariar a “excessiva medicalização” dos cuidados primários e pôr fim ao sistema de enfermagem à peça: “Passa a existir um enfermeiro que acompanha a família ao longo do ciclo da vida. Desde a gravidez da senhora, à criança e ao idoso. Dos domicílios à prevenção.” Embora nenhum estudo calcule a percentagem de consultas que os enfermeiros podem assumir, o bastonário remete para dados da petição entregue por enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia no Parlamento. No ano passado, os profissionais apelaram para que sejam cumpridas as directivas europeias e o acompanhamento de gravidezes de baixo risco seja feito por enfermeiros especialistas, poupando-se 1790 milhões de euros por ano e 149 mil horas aos médicos, que poderiam servir para atender grupos de risco. Germano Couto diz que as directivas foram transpostas em 2009 e que os enfermeiros especialistas têm mais formação que os médicos de família nesta área, mas há lacunas: um enfermeiro pode prescrever ecografias, mas só os exames pedidos por médicos têm isenção nas taxas moderadoras. No ano passado, a tutela avançou que a reforma hospitalar, com concentrações de serviços, poderia libertar enfermeiros para cuidados primários, onde estarão em falta 12 mil profissionais. Germano Couto diz que é preciso “esperar para ver”, mas avisa que os dados também apontam para um défice nos hospitais. A média europeia ronda os 9,8 enfermeiros por cada 100 mil habitantes e em Portugal continental são 5,7." Fonte: RCMPHARMA