domingo, 28 de março de 2010

Contra "discriminação".Sindicato dos Enfermeiros espera "fortíssima adesão" a nova greve.

"O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) está a contar com uma “fortíssima adesão” à greve que tem início às 14h00 de segunda-feira e perdura até às 8h00 de quinta-feira. A estrutura representativa dos profissionais de enfermagem queixa-se de “discriminação” por parte do Ministério da Saúde, enquanto que a tutela lamenta que os sindicatos tenham convocado a acção de protesto em “altura de negociações”.Sindicato dos Enfermeiros espera "fortíssima adesão" a nova greve

Na base da nova greve dos enfermeiros permanece o "sentimento de discriminação" que os profissionais "sentem por parte do Ministério da Saúde". Quem o diz é a dirigente do SEP Guadalupe Simões, que, em declarações à agência Lusa, acusa o Ministério de Ana Jorge de tratar os enfermeiros como "licenciados de segunda".

"Se um nutricionista, ou um advogado, ou um outro profissional qualquer fosse admitido para um hospital, seria por um mínimo de 1.200 euros, enquanto que para os enfermeiros, que já são licenciados, o Ministério da Saúde tem uma proposta de manter 1.020 euros até 2013", assinala a dirigente sindical.

Guadalupe Simões espera uma "fortíssima adesão" à greve da próxima semana, mas garante que desta feita a acção de protesto "terá menos impacto nos centros de saúde". Os serviços mínimos vão ser cumpridos em todas as unidades de saúde que prestam serviços de 24 horas nos sete dias da semana.

"A greve começa na segunda-feira no período da tarde, o que significa que os centros de saúde estão a funcionar, da mesma forma que estarão a funcionar na quinta-feira", explicou a responsável do SEP, admitindo que os efeitos da paralisação se façam sentir nas "consultas externas, nos centros de saúde na terça e quarta-feira e nos blocos operatórios".


Greve "é um direito"

A 18 de Março, no decurso de uma interpelação parlamentar do Bloco de Esquerda, Ana Jorge alegava que os enfermeiros portugueses estariam a recusar, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, salários acima dos valores que aceitam no sector privado. A ministra da Saúde prometia, por outro lado, "um esforço empenhado" no sentido da regularização de quatro mil enfermeiros que vivem um quadro de precariedade laboral. A tutela propõe que os seis mil profissionais aquém do "escalão idêntico ao dos licenciados na Administração Pública" tenham acesso à categoria até 2013, ao ritmo de um terço por ano...

...Rui Prudêncio argumentou que o salário proposto para os licenciados em enfermagem que entrem na carreira é de 1.201 euros, mas a deputada do Bloco disse ser "falso o que é dito sobre os enfermeiros terem o mesmo salário do que os restantes técnicos superiores da Administração Pública".


Ana Jorge reiterou, na passada sexta-feira, a abertura do Ministério para "dialogar com os sindicatos". Contudo, excluiu quaisquer negociações na vigência da paralisação. "Depois da greve se verá", concluiu a ministra da Saúde, que, à entrada do auditório dos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde falou no encerramento de um congresso subordinado ao tema "O Sistema Português de Saúde - Inovação e Qualidade", recebeu do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses um ramo de cravos vermelhos e um conjunto de documentos.

 
"A senhora ministra, por mais que diga que nós temos razão, não concretiza na prática o diálogo. Dá com uma mão e tira com a outra", afirmava então Paulo Anacleto, do SEP. Embora reconheça que a greve "é um direito", o Ministério da Saúde lamenta que a acção de protesto decorra numa "altura de negociações"." Link

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