“Vamos exigir ao Ministério da Saúde que a solução que foi encontrada relativamente a um dos grupos profissionais, no caso concreto os médicos internos, que é admissão na administração pública, seja também aplicada a todos os enfermeiros que estão em situação precária”, disse à agência Lusa Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
O SEP estima que a medida possa abranger “cerca de 2500 a 3000 enfermeiros, entre subcontratados e contratados a termo certo a trabalhar no sector público administrativo”, incluindo hospitais e centros de saúde de todo o país.
“Há enfermeiros subcontratados já há cinco anos a fazer face a necessidades permanentes dos serviços e consideramos que devem ser fixados nas instituições em que estão, tendo em conta que são necessários”, defendeu a sindicalista.
O sindicato sublinha ainda que no regime de subcontratação “cada enfermeiro custa ao Estado mais de mil euros a mais do que o seu vencimento”, o que significa que “a sua inclusão no quadro daria praticamente para contratar outro enfermeiro a um ordenado base de 1020 euros”.
Guadalupe Simões falava nas Caldas da Rainha, onde hoje à tarde se reuniu com o conselho de administração do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) para exigir o pagamento das horas de qualidade a 28 enfermeiros subcontratados, com verbas em atraso desde Outubro do ano passado.
Para além dos enfermeiros, a situação afecta psicólogos, assistentes operacionais e administrativos, num total de 51 trabalhadores que prestam serviço nos quatro hospitais do CHON: o hospital termal e distrital das Caldas da Rainha, o hospital de Peniche e o hospital de Alcobaça.
Os trabalhadores são afectos à empresa Complementus que, segundo o sindicato “justifica o atraso nos pagamentos com a existência de uma dívida do CHON”.
O presidente do conselho de administração do CHON, Carlos Sá, confirmou à Lusa uma dívida à empresa “na ordem dos 250 mil euros”, que o centro hospitalar “teve dificuldades em pagar devido à Lei dos compromissos”.
Segundo o administrador, a situação foi regularizada no final da semana passada e “hoje foi comunicado ao sindicato que até 8 de Julho os funcionários receberão o ordenado de Junho e, até ao final desse mês serão pagas a horas de qualidade em atraso”.
De acordo com o SEP, à meia centena de trabalhadores são devidos, “em média, entre 250 a 300 euros mensais de horas de qualidade”, ou seja, efectuadas à noite ou fim-de-semana.
Os trabalhadores que hoje se concentraram em frente ao edifício da administração, aguardando o resultado da reunião com o SEP, acederam a aguardar até ao final de Julho “para ver se o compromisso é cumprido”, após o que admitem avançar com acções de protesto.
Fonte: PUBLICO
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