"A escadaria do Ministério da Saúde (Lisboa) ficou hoje "manchada" de branco quando quatro dezenas de dirigentes e delegados do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) depositaram ali as suas batas em protesto.
Também foram entregues cerca de nove mil cartas de "revolta" e "descontentamento" dos enfermeiros pela proposta salarial apresentada pelo Ministério da Saúde, explicou Guadalupe Simões, do SEP.
"Pelo dinheiro proposto, os enfermeiros não estão dispostos a trabalhar, independentemente de sabermos as responsabilidades que temos no âmbito do Serviço Nacional de Saúde e na prestação de cuidados às pessoas", disse a sindicalista. E é por essas "responsabilidades" que os enfermeiros se recusam a ser tratados de forma diferente de outros funcionários públicos, sublinhou.
À espera de uma contra-proposta global da tutela, depois de entregarem quarta-feira a sua, os enfermeiros garantem estar disponíveis para negociar a qualquer momento.
O que mais divide as duas partes é, segundo Guadalupe Simões, o facto de o Governo não materializar "compromissos" assumidos anteriormente.
Agora a proposta apresentada é para "baixar salários ou aplicar a regra geral de transição da actual carreira para a futura, o que significa que os enfermeiros transitam com o actual salário, sem qualquer tipo de revalorização, algo que não aconteceu com outros sectores profissionais", explicou.
Nos outros casos, automaticamente houve transição para "posições relativamente à carreira técnica superior".
A proposta da tutela abrange 26 400 enfermeiros, a que se somam mais dez mil com contratos individuais e contratos a termo certo, "cuja situação também tem de ser resolvida no âmbito desta negociação".
Os enfermeiros estarão em greve entre 27 e 29 e a sindicalista já anteviu uma adesão "muito perto dos 100 por cento, o que não implica que os profissionais não prestem os serviços mínimos". Mas o objectivo é mesmo paralisar os serviços numa "perspectiva de se perceber que os enfermeiros são mesmo imprescindíveis nos cuidados de Saúde que prestam e por isso têm de ser valorizados".
Para a manifestação de 29 de Janeiro, a previsão é de uma participação entre 15 a 17 mil enfermeiros."
Fonte: Público.
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